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ToggleA Apple enfrenta desafios em IA, mas pode reverter o cenário
Nos últimos anos, a inteligência artificial (IA) se tornou um dos campos mais competitivos no setor de tecnologia. Empresas como Google, OpenAI e Meta avançam rapidamente, impressionando tanto consumidores quanto investidores com inovações constantes.
Enquanto essas empresas lideram, a Apple enfrenta dificuldades. Mesmo com sua influência global e vastos recursos, a empresa ainda não conseguiu se destacar em IA, especialmente em comparação com seus maiores concorrentes.
Apple reconhece a necessidade de avanço
Segundo o renomado Mark Gurman, até os engenheiros da Apple reconhecem que a empresa precisa acelerar seus esforços para alcançar a concorrência. Embora a Apple invista em IA, os resultados iniciais não têm impressionado.
Apple Intelligence decepciona
O lançamento do Apple Intelligence, um conjunto de funcionalidades de IA integradas aos produtos da empresa, gerou grandes expectativas. No entanto, os primeiros recursos, como o resumo de notificações, não têm o impacto esperado, especialmente quando comparados a tecnologias como o Google Assistente e o ChatGPT da OpenAI.
Apesar de a Apple ter promovido quatro principais recursos de IA no lançamento do novo iPad mini em outubro, três deles só serão lançados entre dezembro e março. Isso deixa os usuários com a sensação de que o produto ainda não está totalmente pronto, levantando dúvidas sobre a estratégia da empresa no campo da IA.
Recurso de outubro carece de impacto
O único recurso que a Apple disponibilizará em outubro, o resumo de notificações, é útil, mas não traz o impacto esperado de uma empresa inovadora. A demora no desenvolvimento e entrega de novos recursos contrasta fortemente com a agilidade dos concorrentes.
O Google, por exemplo, já integra IA profundamente em seus serviços, enquanto a OpenAI se firmou como líder em IA generativa, oferecendo funcionalidades muito mais avançadas com o ChatGPT do que as que a Apple disponibilizou até agora.
Apple reconhece seu atraso?
Relatórios internos indicam que a situação da Apple é mais crítica do que se pensava. Estudos mostram que o ChatGPT é 25% mais preciso que a Siri e responde 30% mais perguntas, números alarmantes para uma empresa que promove a Siri como um dos pilares de sua IA. Essa comparação com a OpenAI revela o quanto a Apple precisa avançar.
Além disso, alguns funcionários acreditam que a tecnologia de IA generativa da empresa está dois anos atrás dos líderes de mercado, e essa diferença tende a crescer se a Apple não acelerar seus esforços.
Por que a Apple ficou para trás?
A Apple adota uma abordagem altamente controlada, focada na privacidade. Enquanto Google e OpenAI utilizam grandes volumes de dados para treinar suas IAs, a Apple restringe o uso de dados pessoais, o que limita o desempenho dos seus algoritmos de IA. Embora essa política agrade muitos consumidores, ela afeta negativamente o desenvolvimento da IA.
Outro motivo é o foco da Apple em design e câmeras, deixando a IA em segundo plano. As atualizações recentes do iPhone, por exemplo, priorizaram fotografia e vídeo, dando a impressão de que a IA não é uma prioridade estratégica, algo que pode prejudicar a empresa no futuro.
Correndo atrás do prejuízo
Apesar do atraso, ainda é cedo para descartar a Apple como uma força importante em IA. A empresa já se recuperou de situações semelhantes no passado, como no caso do Apple Maps, que teve um início conturbado, mas hoje é amplamente utilizado e confiável.
A Apple também tem uma vantagem significativa: sua vasta base de dispositivos. Novas funcionalidades podem ser implementadas rapidamente em milhões de iPhones, iPads e Macs. Isso permite que, mesmo atrás dos concorrentes, a Apple atualize rapidamente seu ecossistema com inovações de IA.
Além disso, a Apple tem um forte controle sobre a integração entre hardware, software e serviços, algo que empresas como Google e Samsung, com seus sistemas fragmentados, têm mais dificuldade em realizar com coesão.
Como a Apple pode reverter o cenário?
A Apple ainda tem tempo, mas precisa agir com rapidez. Uma estratégia seria intensificar a aquisição de startups de IA e contratar mais talentos focados em inteligência artificial.
A empresa também pode ajustar sua abordagem em relação à privacidade e IA, encontrando um equilíbrio para usar dados de maneira anônima e agregada, melhorando suas soluções sem comprometer a privacidade dos usuários.
No longo prazo, a Apple pode se beneficiar ao integrar IA em novos dispositivos, como o Vision Pro e produtos para o lar, conquistando mercados onde seus concorrentes ainda não têm grande presença.
O desafio agora é provar aos consumidores que a Apple Intelligence realmente entrega soluções inovadoras e úteis. Caso contrário, a empresa corre o risco de ser vista como uma seguidora, e não como a líder em inovação pela qual sempre foi reconhecida.